Arquitetos e entidades lamentam falecimento de José Marcos da Fonseca
03/06/2019 – O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul lamenta profundamente o falecimento do arquiteto e urbanista José Marcos da Fonseca, aos 62 anos, vítima de um infarto.
Zé Marcos, como era chamado pelos colegas, era especialista em restauro e atuou em várias obras que compõem o patrimônio histórico do Estado. Foi pioneiro na diretoria da Associação Profissional dos Arquitetos, em 1985, que depois deu origem ao Sindarq-MS (Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Mato Grosso do Sul).
José Marcos foi titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana entre 2017 e 2018, quando atuou na revisão do Plano Diretor, na formulação do Decreto n. 13.257/2017, que instituiu os programas Aprove Fácil e Habite-se Legal (integrantes do Programa Morena Legal), e com a regulamentação do sistema de gestão de resíduos previsto Lei n. 4.864.
O presidente do CAU/MS, Luís Eduardo Costa, foi aluno de José Marcos e, em 2018, sucedeu o arquiteto na Semadur. “Foi um grande amigo, professor e arquiteto muito dedicado à capital, ao patrimônio histórico, sempre exemplar na ética profissional”. O conselheiro federal do CAU/MS, Osvaldo Abrão de Souza, conheceu José Marcos na década de 80. “A atuação dele ajudou muito na valorização da arquitetura, do trabalho dos arquitetos, com a ajuda dele nasceu o CMDU – Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano – e a passagem dele pela prefeitura (na gestão do ex-prefeito Juvencio Cesar da Fonseca) trouxe ganhos enormes para Campo Grande”.
A diretora-presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), Berenice Maria Jacob Domingues, começou a trabalhar com o arquiteto em 1993 e lembra do comprometimento e esforço para fazer de Campo Grande uma cidade melhor. “Ele era um urbanista com uma visão a frente do seu tempo, um grande gestor público que trabalhou incansavelmente pelo desenvolvimento da capital. Muito habilidoso, conseguia dialogar com todos, tratava todos da mesma forma, com muito respeito.
O arquiteto e urbanista Ângelo Arruda, também ex-conselheiro do CAU/MS, atuou com Zé Marcos em vários projetos. “Era o profissional mais correto que já conheci, executou alguns projetos meus de restauro em Campo Grande e Três Lagoas, e sempre fez tudo de forma muito ética, se tinha alguma dúvida sobre o projeto, me ligava para conversar e deixar tudo alinhado. Depois me convidou, como coordenador do Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS, para atuar na revisão do Plano Diretor de Campo Grande”.
A presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – Dep. MS, Adriana Tannus, ressalta a postura profissional de Zé Marcos. “No IAB-MS tivemos o privilégio de tê-lo como arquiteto e urbanista e pensador, com uma visão macro sempre pensando no melhor para nossa cidade e para nossos cidadãos campo-grandenses”.
Em recente entrevista para o site do CAU/MS, por ocasião do Dia Internacional do Museu, José Marcos falou do papel do arquiteto na preservação do patrimônio histórico. “O arquiteto e urbanista é o profissional que une o conhecimento necessário para integrar a arte e a técnica e, consequentemente, a História Humana. Materialmente, a História é preservada e imortalizada em vários locais e o principal deles são os Museus. Quanto maior for o envolvimento de nossa classe, maior será o crescimento da preservação e valorização desses locais”.