Cobertura completa da Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo
Mais de 600 arquitetos e urbanistas discutiram, em Fortaleza, o papel da profissão no planejamento e construção das cidades e sua articulação com outros setores da sociedade
A I Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo foi um sucesso. Após quatro dias de debate, os mais de 600 profissionais e estudantes presentes marcaram posição sobre temas como responsabilidade social, políticas públicas para as cidades, ética, formação e ensino. Organizada pelo CAU/BR, sob o tema “Arquitetura e Urbanismo para Todos”, e realizada em Fortaleza, a Conferência consolida a discussão da importância da Arquitetura na construção e planejamento dos espaços urbanos com a publicação de um documento final, que trata de como garantir Arquitetura e Urbanismo para todos.
Confira aqui o documento final
Os dois anos de existência do CAU foram sempre lembrados, com suas vitórias e desafios. Na cerimônia de abertura (22) os participantes destacaram a criação do CAU, os passos dados até o momento e os desafios profissionais que ainda deverão ser enfrentados. “Estamos aqui para planejar o nosso Conselho para o futuro”, disse o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro relembrando as importantes conquistas do Conselho em apenas três anos de existência: a criação dos CAU/UF em todos os estados, a criação do Fundo de Apoio que deu condições aos CAU/UF de financiar suas atividades e o Centro de Serviços Compartilhados, que possibilita que arquitetos tenham a mesma qualidade de atendimento em todo o território nacional.
Foram ainda homenageados os ex-dirigentes das entidades nacionais de Arquitetura e Urbanismo que atuaram para a aprovação da Lei 12.378, de 2010, que regula o exercício da Arquitetura e Urbanismo no Brasil e cria o CAU/UF e os CAU/UF. Veja aqui como foi a abertura da I Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo.
Homenageados
AÇÃO POLÍTICA DE ARQUITETOS – O evento abriu sua série de debates na terça-feira (22) sob o tema “O CAU, a Sociedade e as Políticas Públicas”. O tema guiou a discussão que recebeu a socióloga Maria Alice Rezende de Carvalho e o jornalista Washington Novaes. Eles lembraram o importante papel de arquitetos e urbanistas de liderar ações propositiva no planejamento e construção de um espaço urbano que facilite o cotidiano do cidadão. Saiba mais aqui.
No segundo dia de debates, o professor Nilson José Machado falou sobre a formação de arquitetos e urbanistas e concluiu “é preciso não derrapar no mercenarismo, no tecnicismo, no amadorismo nem no corporativismo”. Sob o tema “Formação, Exercício Profissional e Compromisso Social”, a mesa reuniu ainda Antônio Francisco de Oliveira, 1º Vice-Presidente do CAU/BR, o consleheiro federal Fernando Costa (RN), presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura (ABEA), e o jornalista Hélio Campos Mello, fundador da revista “Brasileiros”. Leia aqui.
Já o Código de Ética e Disciplina do CAU/BR foi o ponto de partida dos debates no terceiro dia da Conferência Nacional. Para o presidente do CAU/CE, Luciano Guimarães, a norma aprovada no ano passado é um instrumento de “valorização, autorregulamentação e de defesa da boa atuação profissional”. Os debatedores convidados Márcia Tiburi, professora de Filosofia, e o jornalista Paulo Markun pontuaram a importância da ética na geração de ações que produzam convivência e lembraram como arquitetos podem liderar o debate sobre a questão das cidades. Veja aqui como foi.
Debatedora Maria Alice Carvalho
Debatedor Washigton Novaes
Debatedor Nilson José Machado
Debatedor Hélio Campos Mello
Debatedora Márcia Tiburi
Debatedor Paulo Markun
PROPOSTAS – A Plenária Final da Conferência, realizada no último dia do evento, consolidou as propostas apresentadas, de forma a criar diretrizes de ação para o CAU/BR e os CAU/UF nos próximos três anos. Dentre as propostas aprovadas estão incentivar a articulação política entre as entidades de caráter coletivo e a participação de arquitetos na construção da valorização profissional. Sobre a ação política profissional, o documento enfatiza a conscientização de arquitetos e urbanistas sobre as necessidades de uma postura social mais inclusiva e participativa e que sejam atores ativos na construção de políticas públicas urbanas e consistentes.
O documento final trata também da participação dos estudantes na exigência de uma formação de qualidade, além do estreitamento de laços com o Ministério da Educação. Dentre outras propostas estão a criação de uma comissão conjunta com todos os conselhos profissionais do Brasil e a realização de convênios e parcerias que fortaleçam a profissão. Sobre a ética, o documento destaca que o CAU deve “trabalhar para garantir a mudança de comportamento da atual e futuras gerações de arquitetos para que apropriem o Código de Ética como instrumento inspirador e punitivo”. Também está no documento a proposta de instruir a sociedade sobre a restrição da cobrança reserva técnica, considerada falta ético-profissional.
MARCO HISTÓRICO – Para o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, a conferência é um marco histórico para profissionais desde a publicação da Lei 12.378/2010, que regula o exercício da Arquitetura e Urbanismo no Brasil. Os profissionais da área possuem uma série de novas normas, como o Código de Ética, a Tabela de Honorários e a Resolução sobre Direitos Autorais de arquitetos e urbanistas e o encontro possibilita uma visão federativa da realidade do País e da Arquitetura e do Urbanismo. “A I Conferência tem um significado especial para o CAU/BR, pois se realiza logo do início do terceiro ano de sua instalação”, afirma.
Paralelamente ao evento, ocorreram outros encontros de entidades representativas da categoria, como o XX Congresso Brasileiro de Arquitetos (CBA), que recebeu cerca de 2.000 profissionais. Também estiveram reunidos o Conselho de Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP) e a Federação Nacional de Arquitetos (FNA), além de todas as delegações do IAB.
Fonte: CAU/BR