Conselho promove palestras sobre acessibilidade em MS
Cerca de 85 pessoas participaram nesse último domingo, 21 de abril, da palestra “Barreiras Arquitetônicas e Urbanas” promovida pelo CAU/MS (Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul) e que foi comandada pela presidente e pelo vice-presidente da SPA-MS ( Sociedade em Prol da Acessibilidade, Mobilidade Urbana e Qualidade de Vida de Mato Grosso do Sul), Rosana Martinez e Henrique Otto, respectivamente. A palestra foi realizada durante a 2ª Decon/MS.
Durante a palestra, o ministrante apresentou alguns casos certos e errados de acessibilidade, além de alguns equívocos quanto à instalação do piso tátil. Henrique Otto ainda abordou sobre os direitos garantidos na Constituição de 1988, que “assegura os direitos sociais e individuais a liberdade, a segurança e ao bem estar de qualquer cidadão”. Ainda foi abordada a diferença entre barreiras arquitetônicas e urbanas.
Todo o trabalho foi voltado aos profissionais da área. “É responsabilidade social do arquiteto e urbanista, que na hora que fazem a RRT se responsabilizam por cumprir as regras de acessibilidade conforma as regras da ABNT, especificadas no decreto nº 5.296/2004”, ressalta Henrique Otto.
O acadêmico de arquitetura e urbanismo, Rafael da Silva Santos, fez questão de participar do evento. “Como estou cursando arquitetura e urbanismo acredito que esse tema seja muito importante. Quero ser projetista e é preciso ter essa preocupação com a acessibilidade”, afirma o estudante.
Mas a palestra não atraiu somente profissionais da área. Adalto Tessario é formado em direito. Sabendo o que é viver na pele as questões das barreiras arquitetônicas e urbanas, o advogado procurou a palestra para se interar mais sobre o assunto. “É um assunto muito interessante e que tem que ser discutido. Meu pai tem uma deficiência no braço e eu uma limitação na perna. Às vezes tenho que me confrontar com uma escada e isso para mim é uma situação pavorosa. Só quem tem algum tipo de deficiência pode perceber quantas barreiras temos no dia a dia”, declara Adalto.
Esteve presente ainda um participante com deficiência auditiva. Como a atenção voltada à acessibilidade e também à inclusão social, o CAU/MS em parceria SPA-MS disponibilizou a intérprete Isabela Lopes Fonseca para a tradução simultânea da palestra.
Dados
Segundo dados apresentados durante a palestra, 14,5% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, o que representa 24,5 milhões de pessoas.
Em Mato Grosso do Sul são 416 mil pessoas com deficiência, 86 mil só em Campo Grande, o que representa 10% da população da Capital.
A preocupação com a acessibilidade ainda está relacionada à população idosa. Os dados apontam que 8% da população atual tem mais de 60 anos, ou seja, 14 milhões de pessoas. Nos próximos anos os idosos vão representar 30% da população.