CAU/MS incentiva população a visitar museus
Dia Internacional do Museu foi comemorado em 18 de maio
22/05/2019 – Pouco ainda é falado sobre a importância histórica que os mais de 60 museus de Mato Grosso do Sul abrigam e como podem despertar a consciência sobre a nossa própria identidade. Diversas atividades em museus de todo o Estado atraíram visitantes para lembrar o dia 18 de maio, Dia Internacional do Museu, criado há 42 anos pelo Conselho Internacional dos Museus.
Um dos campos de atuação do profissional de arquitetura e urbanismo – de acordo com a Resolução nº 21 CAU/BR – é o do Patrimônio Histórico Cultural e Artístico, arquitetônico, urbanístico, paisagístico, monumentos, restauro, práticas de projeto e soluções tecnológicas para reutilização, reabilitação, reconstrução, preservação, conservação, restauro e valorização de edificações, conjuntos e cidades.
O arquiteto e urbanista José Marcos da Fonseca, ex-conselheiro do CAU/MS, atuou como restaurador do Museu José Antonio Pereira, em 1984, e na Casa do Artesão, em 1998. Nos anos 2000, realizou inúmeros trabalhos em Corumbá, Miranda e Campo Grande, incluindo a Morada dos Baís. “Todos os trabalhos dão muita satisfação com a superação de todos os problemas e desafios. Cada um tem suas particularidades, reveladas no descobrimento de ornamentos, pinturas, detalhes arquitetônicos escondidos e não relatados para a história, demonstrando a desconsideração humana”, avalia.
Museus – Todos podem preservá-los
Maria Clara Scardini, superintendente do Iphan-MS (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), destaca que os museus são espaços de encontro e também de negociação das diferenças, além de terem se tornado referências concretas em Mato Grosso do Sul, não apenas como locais de visitação e de exposição, mas de participação efetiva da população.
“Os museus e a museologia carregam em si o protagonismo e o vigor de espaços afirmativos de promoção do diálogo intercultural modelado por múltiplas dimensões, debatendo os temas da comunidade e a pluralidade de perspectivas, de trazerem para si as vozes ausentes ou menosprezadas, com a guarda de acervos, a coleta, pesquisas e criação de ambientes construtivos voltados para a reflexão conjunta”.
O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul, Luís Eduardo Costa, considera fundamental a participação da sociedade nesse processo. “Os museus são criados para as pessoas, para as futuras gerações, então é muito importante que as pessoas que já conhecem os locais convidem alguém que ainda não foi para conhecer também, é uma experiência que precisa ser vivida por cada um”.
José Marcos ressalta que é necessário valorizar e conhecer esses locais, que revelam e demonstram a grandeza de nossa cultura e história. “Materialmente, a História é preservada e imortalizada em vários locais e o principal deles são os Museus. Quanto maior for o envolvimento dos arquitetos e urbanistas nessa área, maior será o crescimento da preservação e valorização desses locais”.
Para Maria Clara, “a sensibilidade e a qualidade criativa do arquiteto são exigidas para se trabalhar em ambientes e edificações construídas em outro período histórico, adequando-as para atender demandas contemporâneas, sem ocasionar descaracterizações ou danos àquelas características que se pretende preservar”.
A superintendente do Iphan-MS diz que há um grande desafio por parte do Estado e da própria população pertinente à aproximação direta com a instituição de guarda que é o museu, em termos de perpetuação de sua existência a partir de um olhar de valorização, de que a existência do museu se faz necessária para a preservação da história local, da memória coletiva e enquanto instrumento de desenvolvimento cultural.
Na semana comemorativa ao dia do museu a Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, lançou a cartilha Conceitos de Patrimônio Cultural, que pode ser baixada aqui. A Fundação de Cultura do Estado realiza o ano todo inúmeras atividades e visitas mediadas gratuitas. Acesse o site para saber mais.